Foto Oliveira Júnior
Rio de Peixe, em
Botumirim, compõe a área do futuro parque estadual e propício para apreciar o
horizonte.
BOTUMIRIM
(por Girleno Alencar) – A criação do Parque Estadual de Botumirim, com extensão
de 38 mil hectares, marcou o segundo e terceiro dias da Expedição Caminhos dos
Geraes, que, desde o dia 7 de setembro, percorreu várias cidades do Norte de
Minas.
Foto Silvana Mameluque
Equipe da 5ª Expedição
Caminho dos Geraes no Morro do Chapéu que está na área do futuro Parque
Estadual de Botumirim.
A luta retomada agora teve início em 2000, quando um grupo de
ambientalistas, comandado por Eduardo Gomes, do Instituto Grande Sertão,
demonstrou preocupação com a degradação ambiental da área. O projeto inicial
foi articulado com o Ibama e propunha uma área de 14 mil hectares. Porém,
depois em 2003, com a mudança de Governo, o Ibama desistiu do projeto, que foi
assumido pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) e foi ampliado para 37 mil
hectares.
Foto Oliveira Júnior
Pinturas rupestres em
sítio arqueológico situado na área que compreende o projetado Parque Estadual
de Botumirim.
O
curioso é que a criação do Parque Estadual está gerando polêmica em Botumirim,
pois, apesar da preservação ambiental, muitas pessoas temem que, na verdade, o
Estado acabe deixando ao relento as várias famílias residentes nas áreas a
serem desapropriadas. Uma Comissão de Atingidos exige que antes da criação do
parque seja definida como será a indenização das terras e ainda das
benfeitorias. Esse medo foi provocado depois de uma suposta reunião dos
técnicos do IEF com as famílias, onde supostamente teriam avaliado por baixo o
valor do hectare e, ainda, negado a indenização pelas benfeitorias.
Foto Oliveira Júnior
Praia no rio de Peixe, em
Botumirim, é um dos atrativos do futuro Parque Estadual.
O
ambientalista Eduardo Gomes Assis, mentor do projeto de criação do Parque
Estadual de Botumirim, não vê motivos para tenta preocupação, pois assegura que
todos direitos serão respeitados e as ações acompanhadas pelo Ministério
Público de Minas Gerais. Ele afirma que
o parque estadual tem relevância ambiental, histórica e turística e pode ser
explorado de forma sustentável, pois os seus atrativos são de grande potencial.
Como espeleólogo, Eduardo Gomes afirma que explorou toda área e a conhece como
a palma da sua mão e garante que será um potencial forte de turismo.
Foto Oliveira Júnior
Parte da cidade de
Botumirim vista num trecho da serra Campina do Bananal, área de preservação
ambiental.
Outro
aspecto observado por Eduardo Gomes é que existem mais de 64 sítios
arqueológicos, com pinturas rupestres na área do Parque Estadual e que devem
ser protegidas, sob risco de serem depredadas. Isso foi constatado em Vereda de
Estiva. O seu colega de pesquisa, Lucas Alves, vai além: existem espécies raras
de aves no local, que foram identificadas e estão em processo de registro
oficial pelo IEF. (Fonte: jornal Gazeta Norte Mineira, edição de 11 de setembro
de 2017)
***O
Jornalista Oliveira Júnior fez parte da 5ª Expedição Caminhos dos Geraes a
convite do Instituto Grande Sertão, Fundação Genival Tourinho e da Secretaria
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Montes Claros.
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