Por Oliveira
Júnior*
Exatos dois meses
atrás recebíamos a triste notícia da partida eterna do amigo e colega Luís
Carlos Vieira Novaes, o nosso estimado Peré. Na tarde daquele dia 5 de outubro
perdemos a presença do mago do jornalismo, radiojornalismo, assessoria de
comunicação e da arte de representar a vida através de contos e fatos reunidos
em livros. Confesso que até hoje não dá para acreditar que o Luís Peré encerrou
definitivamente a sua missão entre nós. A pedido do amigo e colega Arnaldo
Pereira, nessa sexta-feira, dia 12 de dezembro, tento expressar algo sobre
Peré. Não encontrei a fraterna e carinhosa mensagem dele por ocasião do meu
aniversário, transcorrido no dia de anteontem. Agora caiu a ficha. Ele não está
mais entre nós, pois sempre recebia o afeto presencial, por telefone ou
virtualmente do amigo e do meu eterno professor de rádio e jornalismo. E o mais
triste é que no próximo dia 25, dia de Natal, o Luís Peré não mais poderá ver e
lê a minha mensagem de felicitações pelo aniversário dele. Sim, Luís Carlos
Novaes era aniversariante no dia de Natal. E também não receberá o meu
comprimento neste sábado, dia 13, por ocasião do encontro da Imprensa do Norte
de Minas, em Montes Claros, como foi no ano passado.
Não, não perdemos
o Luís Carlos Novaes, o Peré. Como me confidenciou nessa quinta-feira, dia 11
de dezembro, o colega e particular amigo “tio” Raul Luiz Dond, o Luís Novaes
não morreu. Sim, o “tio” Raul tem razão. O idealizador do programa “Os Dega´s”,
na rádio Gorutubana, Luís Peré é imortal. Não é à toa que tomou posse na
Academia Montesclarense de Letras. Ao deixar os aposentos da residência dos
pais, “seu” Novaes e dona Maria, no centro de Montes Claros, em 1985, e vir
para o solo gorutubano, em Janaúba, Luís trouxe consigo a experiência, carisma
e sabedoria com a finalidade em preparar a cidade e a comunidade para a mudança
ou então o incremento da cultura local. Primeiro, ele direcionou a comunicação
de maneira a seguir a tendência na região, no estado, no país e até no mundo.
Sim, o “Novaesinho” era visionário. Engrenou a assessoria de imprensa, a
organização do carnaval, dos eventos culturais incluindo o festival de música,
o projeto “Música no Bar”, deu nova vida aos jornais da cidade, encarou e
superou polêmicas. Luís Peré retornou para Montes Claros, mas jamais perdeu o
laço, a vida com o Janaúba, com o solo gorutubano. Nesse período, fez inúmeras
amizades. Voltando ao programa “Os Dega´s”, que tinha ênfase nos relatos de
fatos do cotidiano de maneira divertida e ousada, Luís incumbiu o radialista
Raul Dond de narrar o programa. Raul era tratado como o Degas mais velho.
Redator desse programa, Peré era o Degas mais novo. E eu, fui integrado à
equipe, e recebi a denominação de Deguinhas. O programa durou até quando Luís
deixou a emissora, no final de 1992. Mas, o jeito irreverente do Peré não
parou. Levou para os jornais, inclusive em Montes Claros, a sátira retirada de
“Os Dega´s”.
Compreendo o
pedido do amigo e colega Arnaldo Pereira, feito na manhã dessa sexta-feira, dia
12, para que eu comentasse algo sobre o estimado amigo e colega. Afinal, no dia
3 de outubro, dois dias antes da partida eterna do Peré, estivemos (Oliveira
Júnior, Arnaldo Pereira e Fernando Lucas, e ainda o Fabiano Parrela) visitando
o Luís Novaes na residência do mesmo. Muito bem recebidos por Peré e Inês e
pelo filho Luís Júnior, nos emocionamos pelo carinho do guerreiro apesar do
sofrimento que o mesmo sentia. Ficamos com essa imagem de um Luís Peré
batalhador e acima de tudo carinhoso que, naquele dia, nos tratou assim: “quero
ver melhor os meus meninos”, numa referência afetiva com quem ele trabalhou e
tinha grande consideração.
Para finalizar,
fico com a definição do particular amigo Raul Luiz Dond, o Luís Carlos Novaes,
o Peré, não morreu. Ele está e sempre estará no meio de nós, sempre nos guiando
e proporcionando a inspiração pela melhor forma de se comunicar. Viva a Vida,
Seja Feliz!!!!!!
*Jornalista e
radialista, que iniciou a carreira na comunicação através do incentivo e
ensinamento de Luís Carlos Novaes, o Peré.
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