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Oliveira Júnior
Audiência da Comissão de
Segurança Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, realizada na
Câmara Municipal de Janaúba.
JANAÚBA – A Comissão de
Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai cobrar
do Governo do Estado a investigação sobre suposta irregularidade do delegado de
Polícia Civil Breno Barbosa Itamar de Oliveira, ao tratar de um caso de
homicídio que ocorreu em Jaíba (Norte de Minas). Policiais de Jaíba prenderam o
réu confesso do homicídio e não conseguiram efetuar a prisão porque o delegado
da cidade vizinha de Janaúba não estava presente no plantão. O episódio motivou
uma audiência pública da comissão nesta segunda-feira (25/3/13).
Para formalizar essa
cobrança de providências, foram apresentados três requerimentos, dois de
autoria da comissão e um de autoria do deputado Sargento Rodrigues (PDT). Um
requerimento é para oficiar o chefe da Polícia Civil e a Corregedoria, para
apurarem o caso internamente. Outro, para oficiar o governador dos problemas
resultantes dos plantões regionalizados da Polícia Civil.
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Soldado Carlos e Soldado Rafael Alves.
A audiência, que também
contou com a presença dos deputados Cabo Júlio (PMDB) e Luiz Henrique (PSDB),
teve o objetivo de obter esclarecimentos sobre suposta irregularidade no
recebimento de ocorrência de homicídio pelos policiais civis que se encontravam
de plantão na delegacia de Janaúba na madrugada da última segunda-feira (18). A
ausência do delegado inviabilizou a ratificação do flagrante delito e a oitiva
do suposto autor do crime, entre outros procedimentos.
O caso - Gilson Rocha
Divino, 18 anos, conhecido como “Neguinho”, é suspeito de ter assassinado Paulo
Henrique Campos, 19 anos, com golpes de podão (ferramenta usada em plantações
de banana). O crime aconteceu na madrugada do último dia 15, em área agrícola
na Vila Núcleo Habitacional 2 (NH-2), no Projeto Jaíba. O corpo de Paulo
Henrique foi encontrado por lavradores. Policiais da 238ª Cia.
da Polícia Militar de Jaíba prenderam Gilson três dias depois do homicídio. No
ato da prisão, em Jaíba não havia delegado plantonista. Por esse motivo, a
viatura levou o autor para Janaúba, mas a prisão não se concretizou, também por
falta de delegado. Nessas condições, o suspeito teve de ser liberado. A suposta
omissão da Polícia Civil ganhou repercussão, e, devido à gravidade do episódio,
os parlamentares da comissão decidiram apurá-lo.
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Delegado Breno Barbosa e o investigador PC Alexsandro Custódio dos Santos.
O soldado PM Rafael
Alves Ferreira comandava a viatura que levou o suspeito de Jaíba para Janaúba.
De acordo com Rafael, Gilson foi preso no povoado de Mocambinho, a 50 km de
Jaíba. Desse local até Janaúba eram mais ou menos 110 km. “Depois da prisão,
viemos trazer o preso, a arma do crime e uma testemunha. Quem recebeu a ocorrência
foi um detetive, mas não tivemos contato com o delegado. Percebemos que
tentaram fazer contato com o delegado, por telefone. Aguardamos o despacho da
ocorrência durante duas horas. Como não conseguimos falar com o delegado, fomos
liberados”, afirmou Rafael. Ele completou dizendo que retornou às 6h30 para
Jaíba, no mesmo dia 18. Outro soldado, Carlos
Antonio Pereira Silva Júnior, confirmou a versão de Rafael, acrescentando que
integrou as duas guarnições que, segundo ele, rastrearam ininterruptamente o
suspeito. Ele também confirmou que o delegado não se encontrava na delegacia no
momento em que lá chegaram.
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Deputados Cabo Júlio, Sargento Rodrigues, Luiz Henrique, a delegada regional PC Janaúba Gessiane Cangussu e o coronel César Ricardo, comandante da 11 RPM.
O investigador da 20ª
Delegacia de Polícia Civil de Espinosa, Alex Sandro Custódio dos Santos,
confirmou que recebeu a ocorrência no sistema. Disse também que o delegado
havia saído para “comprar cigarro”, e retornou aproximadamente às 4h40. “Entre
a chegada da viatura com a ocorrência e o retorno do delegado passaram-se de 30
a 40 minutos”, relatou. O delegado Breno
Barbosa afirmou que entrou no plantão às 20 horas do dia anterior (17) e que,
durante o plantão, ausentou-se por duas vezes. Confirmou que, durante a chegada
dos PMs, havia saído para comprar cigarros. Ele rebateu o depoimento dos PMs,
dizendo que houve equívoco com relação ao lapso temporal entre um procedimento
e outro. Também discordou que a delegacia ficou duas horas sem sua presença.
O deputado Cabo Júlio observou que o sistema está sucateado. “A Polícia Militar
paga um preço - deslocar-se 100 km com um preso - enquanto a Polícia Civil
recebe as ocorrências mas não tem estrutura para acompanhar”. Contudo,
ressalvou, nesse caso específico o delegado pode até sair, mas a avaliação da
ocorrência tem que ser in loco. O deputado Sargento
Rodrigues endossou as palavras de Cabo Júlio. “A Polícia Civil sofre
drasticamente com a redução do efetivo. Não adianta uma polícia atacar a outra,
pois ambas trabalham com os mesmos objetivos: prevenir, investigar e reprimir”,
observou. Segundo o deputado, os soldados andaram 100 km e fizeram um bom
trabalho. Para ele, o delegado deveria ter ouvido os policiais e o suspeito. “É
um crime bárbaro, e a população precisa de resposta”, disse. (Fonte: ALMG)
Comentários
Cabo Julio e sargento rodrigues.
Quem sao esses.. voltamos ao passado e veremos
Nao vai dar em nada, mas a policia civil de Janauba tem mesmo que passar por uma faxina...Palavras de todos de Janauba, esta nao esta servindo para nada, nao apura nada, nao traz resultados algum.